ELEMENTAIS: o que seriam?



Segundo o Comandante Edgard Armond, no seu Curso apostilado denominado Iniciação Espírita (vol. VII, 2ª. Parte, aula 77, Editora Aliança, 1978), no Capítulo denominado ‘Evolução Anímica’, tratando da escalada evolutiva do princípio espiritual e da evolução nas formas da matéria que servem àquele princípio, afirma que na Natureza existem “agentes invisíveis de categoria inferior” na hierarquia espiritual, que “colaboram no Plano Divino para a harmonia universal”.

            A seguir, no contexto do ponto exposto, o autor denomina esses “agentes” segundo categorias: gnomos, ondinas, silfos e salamandras, aduzindo que são eles “colaboradores da maravilhosa obra divina, todos, como tudo, produto do infinito amor de Deus”, e complementa afirmando que “miríades de Espíritos, dos mais variados graus evolutivos, estão em constante trabalho”.

            O Autor não explicita cada um desses “seres”, mas encontramos na literatura que se interessa pelo assunto que os ditos elementais foram concebidos originalmente pelo alquimista medieval Paracelso (1493-1541) que afirmava que eles “não seriam nem criaturas espirituais nem materiais, embora compostos de uma substância que pode ser chamada de éter”, explicação essa de difícil compreensão (a não ser que conotemos como perispírito). Mas, ele dá uma conotação que é aceita até hoje por aqueles que defendem a tese de que os elementais existem: “esses seres ocupariam um lugar entre os homens e os espíritos”, ou seja, uma transição da fase do princípio espiritual no reino animal para a fase do reino hominal, numa conceituação mais moderna.

            E mais: gnomos seriam habitantes ou agentes da terra, ondinas das águas, silfos do ar e salamandras do fogo...

            Uma coisa é certa: em termos da Codificação, a primeira vez que Kardec ou os Espíritos tocaram nesse assunto, pelo menos nessa denominação de seres, foi na questão n. 103 do Livro dos Espíritos, ao tratar das diferentes ordens dos Espíritos e ao discorrer sobre a Nona Classe, ou seja, dos Espíritos Levianos, a que adjetivou de ignorantes, maliciosos, irrefletidos e zombeteiros e que se “metem em tudo, a tudo respondem, sem se incomodarem com a verdade. Gostam de causar pequenos desgostos e ligeiras alegrias, de intrigar, de induzir maldosamente em erro, por meio de mistificações e de espertezas.” É quando Kardec adiciona: “A esta classe pertencem os Espíritos vulgarmente tratados de duendes, trasgos, gnomos, diabretes”, vale dizer que atribui-os ao vulgo, à crendice geral, O Codificador repetiu exatamente os mesmos conceitos e nomes no livro “Instruções Práticas Sobre as Manifestações Espíritas” (1858), no capítulo denominado Escala Espírita, muito provavelmente porque um Espírito de nome Muhr deu uma comunicação (transcrita na Revista Espírita de Novembro de 1858), em cujo diálogo se referiu a gnomos, conceituando-os como “seres que poderiam materializar-se e tomar formas fantásticas”, concluindo que a palavra gnomo “parece ter muito de magia”...

Vê-se, assim, que essa configuração de seres tratados no Livro dos Espíritos, crendice ou não, difere    e muito    do quanto alguns outros autores disseram a respeito deles.

            Confira-se algumas obras mais recentes, psicografadas    derivadas da produção de alguns médiuns    que acabaram por tratar do assunto, como se ele fosse absolutamente natural dentro dos conceitos e princípios doutrinários:

            Carlos Baccelli, na obra psicografada ditada pelo Espírito Paulino Garcia chamada “Espíritos Elementais” , Cap. 9 (Fenômenos Ambientais) retrata um diálogo entre o Dr. Odilon Fernandes e Paulino, onde estampa: “...os Espíritos Superiores que participaram da Codificação informam que os elementais, ou seja, as criaturas espirituais de natureza mais primitiva que a nossa, se reúnem em ‘massas inumeráveis’ e se transformam no agentes das Leis que regulam certos fenômenos do mundo físico...” E acrescenta que se está tratando das nevascas, dos terremotos etc., e informando, por exemplo, que o fenômeno natural devastador chamado de ‘El Niño’ nada mais seria que “ação de entidades elementais que, com base nas emanações do pensamento das criaturas encarnadas, têm provocado os transtornos ambientais que assolam a Humanidade.” Isso, sem deixar de, em aparente contradição, afirmar que “os elementais também agem, digamos, como executores da Vontade Divina, que, por sua vez, se determina através de seus Ministros em todos os quadrantes do Universo.”

O Dr. Marcel Benedeti, no livro “Todos os Animais Merecem o Céu”, vai mais longe ainda (Capítulo O Incêndio): após afirmar que os elementais “são seres intermediários na evolução animal; estão em estágios entre uma e outra espécie animal”, seguindo exatamente os mesmos conceitos de Paracelso, antes citado, dá um exemplo: “um felino selvagem antes de passar para o estágio de felino doméstico, deve passar pelo estágio de fauno, a fim de aprender algo sobre a nova espécie ou gênero em que irá ingressar. Aprendem sobre a cooperação e, principalmente, sobre convívio pacífico dentro de um outro grupo novo, auxiliando quando necessário. Como seu objetivo principal é se tornar um ser humano, futuramente, apresentam algumas características que lembram símios ou humanóides.”
Depois dessa digressão    que consideramos a opinião isolada de um Espírito, pois que tais informações são tratadas num diálogo supostamente travado no mundo espiritual –,  são explicitados os vários ‘Espíritos da Natureza’ (denominação lá contida) os vários tipos: elementais do fogo  –Salamandras; os elementais da atmosfera  – os Silfos; os elementais do vapor e das águas    as Ondinas, não se referindo aos gnomos, mas falando de passagem em ‘elfos’ e ‘faunos’.

            Para finalizar, ao consultar algumas informações contidas no mundo das especulações relativas ao assunto, só encontramos opiniões feitas por teósofos, ocultistas, esotéricos, mágicos e até por especuladores das personalidades dos anjos, que denominam os tais elementais de “primos dos anjos”...

            De opinião de espíritas ou de Espíritos, nada encontramos, a não ser uma breve referência ao estudo de G. Vale Owen, que teria tratado do assunto na obra “A Vida Além do Véu: as regiões inferiores do Céu”, mas que não encontramos para análise.

            Portanto, concluindo, reafirmamos, embora um pouco céticos: o assunto deve ficar na “prateleira” das especulações e pesquisas para sabermos se, no futuro, algum espírito de alta formação moral e intelectiva se manifeste sobre a existência ou não dos ditos elementais.

Francisco Aranda Gabilan
www.infoespirito.com.br

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